quinta-feira, 28 de abril de 2011

Renovação

Depois de um período de renovação, estou de volta ao blog. Não abandonarei mais, a quem possa interessar, estão aqui causos, fatos, revelações e ensinamentos básicos que todos que admiram, praticam e amam a religião (assim como eu) podem ler, reler e compartilhar. Não busco divulgar fundamentos e isso é até contra os meus princípios, mas sim procurar esclarecer dúvidas a Aprendizes (Iniciantes)... coisa que eu sempre serei na eterna Lei de Umbanda, afinal, estou em constante aprendizado.

Saravá!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ligações Espirituais

Dando sequência as postagens do blog, hoje vou falar um pouco sobre as ligações espirituais e os causos da vida real. De nada adianta apenas ficar na teoria e não termos uma base prática sólida. Contando com isso, decidi não apenas escrever sobre as inúmeras práticas e rituais de Cultos-Afro conhecidos´, mas também relatar algumas experiências vividas e ouvidas de um modo ponderado e bem explicado. Darei ao nome de ''Diamantes dos Cultos-Afro e do Espiritismo''.

O que realmente liga um ser humano ao outro ? Muitos vão dizer que até a hora do nascimento é o tal do cordão umbilical. Outros, por sua vez, vão dizer que são os laços afetivos que desenvolvemos na vida carnal são os responsáveis por essa união. Reparem que não digo apenas de união conjugal, mas sim da união entre os seres humanos. Indo mais além, por que não citar uma união com animais também ? Será que existem mesmo laços e ligações espirituais e estes são determinados antes de reencarnarmos ? Seria uma espécie de Carma ou talvez algum tipo de dívida que temos com outra pessoa ?

Todos já sentimos uma ligação com certa pessoa, animal ou algo. Seja ela afetiva, materna, paterna, mental... Quem nunca provou da sensação, um dia provará. Ás vezes conversamos tão pouco com as pessoas e acabamos por descobrir interesses mútuos que nos fazem achar que as conhecemos há tempos. Vezes também não temos nada parecido, mas mesmo assim existe algo que nos faz perceber que aquele ser não é nada estranho. Existem pessoas na nossa vida que passam e não deixam nenhuma lembrança. Outras, no entanto, ficam marcadas por algum motivo, por alguma força, uma espécie de força invísivel que é o fator-chave desse elo.

Seria possível um espírito de luz ser esse fator-chave de qual estamos falando ? Pode ser ele o Elo responsável por aproximar duas pessoas completamente diferentes numa amizade tão sincera e transparente a qual um sentir praticamente o que o outro sente ?

Talvez a união entre as pessoas seja mesmo previamente preparada, afinal, temos dívidas a saldar com todos aqui embaixo. Seja um abraço, um gesto de solidariedade ou caridade para com outros, um pedido de desculpas, uma amizade sincera... há inúmeras formas de resgatarmos o tempo perdido ou desperdiçado em vidas anteriores e, pensando um pouco, talvez o propósito disso tudo seja a nossa própria evolução espiritual. Quando aceitamos o próximo, quando não o julgamos, quando estamos sempre de bem com tudo e todos, quando encontramos pessoas que marcam definitivamente nossa vida e podemos marcar a vida delas também...

Hoje em dia, o Elo citado acima provou-me ser verdadeiro, absoluto. Não tenho por que desconfiar de algo tão maravilhoso e divino. Divino sim, pois é obra de Deus assim como os seres humanos errantes que aqui estão. De uma forma ou de outra, ele sente quando ela precisa de ajuda, de um conselho ou de uma bronca e vice-versa. A força-invisível mostra mais uma vez sua superioridade sobre todas as ignorâncias humanas e vai mais além... consegue transpor as barreiras do físico e do mental, trazendo uma paz e uma harmonia jamais antes vista.

Naqueles cinco dias, a força se manifestou. Ela reconheceu de imediato. São amigos de longa data, Ele gosta dela e isso é recíproco. O cavalo gosta dos dois. Praticamente um triângulo de amizade perfeito, infinito. A força mostra a ele as barreiras a serem superadas e a ela o caminho a ser seguido, não só naqueles dias mas sim em toda a vida. Entre conversas e conselhos, demais forças se manifestam, todas sempre bem-vindas, afinal, são todas do bem divino. É chegada a hora de ir embora, a hora do Adeus. Ele diz 'adeus', a força diz 'até breve' e ela fica numa esperança de um próximo encontro. Como se fosse obra do destino, o encontro realmente acontece. É simples, rápido e direto. Eis que o inesperado acontece e os dois seres humanos se afastam, por motivos de ignorância humana, pra variar. Certo tempo depois, a força, sabiamente, trata de mostrar ela a ele em sonho. Curiosamente, ela estava pensando nele naquele mesmo dia, após meses e meses de esquecimento. Ele derruba todo o orgulho que um leonino possui e pede desculpas da forma mai sincera possível. Ela acata de prontidão e a amizade está reestabelecida novamente. A tal força invisível mais uma vez está feliz em algum lugar do plano espiritual. Ela confia nos dois e os dois confiam nela. Há uma missão por trás disso tudo que algum dia será revelada. A nós só resta aguardar o momento certo para cumprir. Afinal, estamos aqui para servir e cumprirmos nossa parte para o bem geral.

O Texto é de minha autoria, baseado em fatos verídicos. Porém, sinto que A Força mais uma vez está ao meu lado, contribuindo com algum sopro de inspiração pra que ele fosse concretizado. Meu agradecimento especial vai ser sempre a Ele, guardião do meu caminho, amigo de fé e a Ela, amiga para todas as horas.




Axé

domingo, 20 de junho de 2010

Oferendas

As oferendas estão ligadas às forças sutis da Natureza, aos espíritos elementares e que habitam, quando Superiores, uma mata limpa, uma praia limpa, uma montanha, uma cachoeira etc. Esses elementos estagiam nos 3 Reinos da Natureza (mineral, vegetal e animal). São seres espirituais que ainda não encarnaram nenhuma vez, encontrando-se em estágios variados de qualificação e credenciamento para encarne. São o mais simples dentro da evolução planetária.

Esses Elementares colaboram com a Natureza enquanto evoluem, subordinando-se portanto a certa classe de Espíritos Superiores, situados ao nível de um Orixá. Assim, quando fazemos oferendas a um Orixá ou Entidade afim a este orixá, estamos oferecendo a estes Elementares, que, devido aos elementos radicais usados na oferenda, são atraídos por ela. Como os Elementares detêm altos teores energéticos vitais, em virtude de estagiarem na Natureza e por não terem a mancha do sangue e da carne, vitalizam profundamente o indivíduo que fez a oferenda.

Essas oferendas devem conter os elementos água, fogo, terra e ar.

água – sucos, sumo de ervas, chás, cerveja, guaraná etc

terra – frutos, raízes, fumo, ervas etc

fogo + ar= chamas produzidas pelas velas, incensos, defumações, evaporações, cigarros, charutos etc.

Uma coisa é importante ressaltar: Nenhuma oferenda deve agredir a Natureza, sob qualquer aspecto (daí, também, a Umbanda não trabalhar com sacrifícios). Portanto, não devemos deixar garrafas, lixo, material que a Natureza não absorva etc

A verdadeira oferenda é uma restituição de energias, o que equilibra o indivíduo e lhe ativa várias funções.
Ao contrário do que muitos pensam, as oferendas não são Obrigações. Nenhum Orixá ou Espírito Superior obriga alguém a oferecer algo.
Também não podemos confundir as oferendas com o ritual de amacy. Amacy é um ritual feito para os médiuns, que só deve ser executado por um Iniciado, com alguns conhecimentos fundamentais e específicos.
Mais um ponto importante: A oferendas não são para os Espíritos COMEREM, mas para que absorvam teores energéticos de suas emanações.
As oferendas em Umbanda nunca devem ser feitas depois das 18 horas, conforme me ensinaram.

O intuito da oferenda também faz diferença – se for para pedidos materiais, deve-se utilizar número par de velas, flores etc; Caso seja pedido espiritual ou de ordem mediúnica, o número deve ser ímpar.



Texto retirado do Livro: Mistério e Práticas na Lei de Umbanda – W.W. da Matta e Silva – Mestre Yapacani – Editora Ícone – 1999 - Vivência do Terreiro

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quimbanda

Entendendo a Kimbanda

O termo “kimbanda” sempre sugeriu mistério e teve dificuldades de aceitação social por que desde o surgimento das manifestações religiosas no Brasil nunca houve alguém que apresentasse uma estrutura teológica concreta, e que agradasse os adeptos de um modo geral.

Temos um valioso histórico de “tradição oral” que pode mudar drasticamente de região para região, mas, no entanto, a essência daquilo que se entende por Quimbanda, se observado por uma lente mais ampla, verificamos que os espíritos dessa ordem formam uma egrégora magística e iniciática, mas antes de tudo, flexível. O que independente da estrutura teológica em que estejam inseridos, estarão agindo, atuando, de acordo.
Eles representam o arquétipo do inconsciente, a forma oculta e mística do homem e da mulher. Trabalham o que se denomina “poder oculto” ou “verdade”. É o próprio homem sobre “ele mesmo”, entendendo o mundo a sua volta como um “reflexo dele” ou “sombra”. Daí por que entendemos Exu como “o próprio homem despido de carne”, visto que já passou por aqui, viveu > morreu e se tornou um Sábio.
Na Kimbanda não existe um “Deus” soberano. O que existe são referências sincréticas conforme as egrégoras que se formaram ao longo dos anos, nas mais diferentes vertentes doutrinárias e raízes africanistas. Que embora se diferenciem pelo regionalismo, se afunilam em essência quando a manifestação de espíritos da “ordem de comando” apresentam esclarecimentos sobre sua atuação e concepção filosófica.
Geralmente se mostrando abertos aos diferentes níveis de entendimento da vida, e quase sempre, reportando-se às Leis básicas do universo como verdade. Um exemplo é quando um Exu diz: “Toma conta e presta conta”. Significa que tanto o homem quanto seus Guias são responsáveis por suas ações. Que não será uma “deidade” a fazer cobranças, e sim “ele mesmo”, pois é parte de um universo onde ele “também é o universo” e, por conseguinte, a Lei.
Se observar uma formiga trabalhando por um período, vai se encher de compaixão e admirar aquela forma de vida, mas se esta mesma formiga lhe morder, imediatamente você irá esmagá-la. Não haverá compaixão nem admiração. É a resposta à dor, causa e efeito, ação e reação. Ou seja, você mesmo estará exercendo a Lei por mero instinto.
Interessante é que praticamente ninguém sente “culpa” por esmagar uma formiga, mas se sente culpado por esmagar o semelhante. Neste caso, estamos saindo da esfera das Leis e entrando no “consenso moral” de “certo e errado”.
Aí é que reside toda a diferença entre “realidade e subjetividade”, que embora seja um caso óbvio, inevitavelmente as pessoas acabam misturando “alhos com bugalhos”.
Se pararmos para analisar o trabalho de um Exu ou Pombagira, a irradiação energética sobre a coroa de um médium, ao longo de muitos anos ocorre uma profunda transformação psicológica, e até ideológica. Como se uma “libertação” dos grilhões gerados pelo convívio social. A “moralidade coletiva”.
O primeiro aspecto visível é um considerável desenvolvimento da autoconfiança que, por via de regra, resulta na serenidade. Esta mesma virtude possibilita o discernimento entre o certo e o errado, porém desta vez, em um nível mais elevado de consciência.

Não pretendo com isso afirmar que um kimbandeiro é um “deus”, mas que de qualquer modo, assim entendemos a vida. Somos deuses e demônios, tudo em um único “Ser”. O saber discernir entre a realidade e a subjetividade é o primeiro passo para entender a Kimbanda.




TEXTO RETIRADO DO BLOG ''EXUBANDEIRO''

sexta-feira, 5 de março de 2010

O Livre-Arbítrio

Todos nós falamos sobre mas poucas pessoas têm senso para falar a respeitou, ou até mesmo sabem o que isso significa.

Mas afinal o que DE FATO é o tal do Livre-Arbítrio ?

A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia (entenda-se como religião também) e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.

A expressão costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas. No primeiro caso indicam que a realização de uma ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes. No segundo caso indicam a percepção que o agente tem que sua ação originou-se na sua vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".

O Livre-Arbítrio está presente desde o Budismo até o Espiritismo. Como este é um blog ligado mais a assuntos espirituais, nada mais certo do que falar da influência deste sobre a segunda doutrina religiosa.

Para o Espiritismo, o livre-arbítrio significa liberdade moral do homem, faculdade que ele tem de se guiar pela sua vontade na realização de seus atos. Os Espíritos ensinam que a alteração das faculdades mentais, por uma causa acidental ou natural, é o único caso em que o homem fica privado de seu livre-arbítrio. Fora disso, é sempre senhor de fazer ou de não fazer. O nosso Livre-Arbítrio acaba quando começa o do próximo.

Axé!